Pilgrims return home
Hajj 2007 - Part IV
Apesar de ter gostado bastante da experiência que foi a primeira fase do Hajj, não me voluntariei para fazer o regresso dos peregrinos - a 2ª fase da operação - que acabou por ter início pouco depois do Natal. O motivo era simples: queria apostar na época exames da faculdade para avançar um pouco mais no curso, intenção incompatível com o calendário da 2ª fase do Hajj.
Despite having enjoyed the experience of working on the first phase of the Hajj, I didn't volunteer for the second phase - the return of the pilgrims to Nigeria - which would take place right after Christmas. I was going to have my university exams period which collided with the 2nd phase of the Hajj.
Hajj 2007 - Part IV
Despite having enjoyed the experience of working on the first phase of the Hajj, I didn't volunteer for the second phase - the return of the pilgrims to Nigeria - which would take place right after Christmas. I was going to have my university exams period which collided with the 2nd phase of the Hajj.
Ao contrário do habitual, acabei por desfazer por completo o trolley de cabine e a mala de porão (pelo menos o trolley costumava ficar sempre com alguma coisa pois o tipo de operação da Luzair exige que durante os períodos de assistência estejamos minimamente prevenidos). A verdade é que havendo um só avião e sendo a operação prolongada e ainda com um check de manutenção previsto logo após a mesma, iria de certeza ficar mais de um mês sem voar.
Against what was my usual procedure I completely emptied my travel suitcases - at least the cabin trolley had always something inside because our roster is mainly composed of standby periods. The truth was that with only one airplane in our fleet and being this a long duration set of flights - and still with a maintenance check (and cleaning...) to be performed after the Hajj - I would certainly be more than one month without flying.
Dia 26 de Dezembro, bem cedo, estava a dormir descansado quando recebo um telefonema das escalas a pedirem para me apresentar no aeroporto em duas horas para uma operação de 22 dias. Ia posicionado para Jeddah via Londres. Tive de pensar e reagir rápido: se por um lado queria dedicar-me aos exames, por outro ia-me custar imenso ficar tanto tempo sem voar... O meu instinto decidiu responder positivamente ao apelo e numa correria louca e sem qualquer tipo de preparação prévia lá arranjei tudo para mais uma longa temporada fora de casa.
Apresentei-me bem a tempo no aeroporto mas houve alteração de planos e a partida acabou por ser adiada para o dia seguinte e iria ser no nosso próprio avião o que é sempre mais confortável para nós tripulantes.
The 26th of December, early in the morning, I was still sleeping when I received a call from the crewing department, asking me to be at the airport within two hours to be away for a 22 days period. I would be deadheading to Jeddah via London. I had only a few seconds to take my decision: if on the one hand I wanted to study for the exams, on the other hand it would be painful to be such a long time without flying... My instinct decided to say yes to the crewing department and then I started running like crazy and put everything again in the bags to be on time at the airport.
When I arrived at the airport, a sudden change of plans dictated that after all we would be leaving only on the following day in a position flight with our own aircraft which is always more comfortable for us, crew members.
E a 27 de Dezembro, lá descolou o CS-TMP, julgava eu em direcção a Jeddah, mas só passada meia hora de voo é que fui surpreendido com a (boa) notícia de que afinal íamos em primeiro lugar para Luxor, no Egipto. O Egipto sempre causou um grande fascínio em mim e Luxor era exactamente uma das cidades que fosse em trabalho ou por conta própria, teria obrigatoriamente de visitar! Contudo, a estadia em Luxor fica para outra entrada do blog.
And the 27th of December, CS-TMP took off in direction to... well, I really thought it was Jeddah! But 30 minutes after take-off I was surprised with the (good) news that after all we would go to Luxor first. Egypt and its ancient civilization have always fascinated me and Luxor was one of the cities that soon or later I would have to visit either while on work or by myself. But the report of our stay in Luxor will be written later.
Quando no primeiro dia do novo ano aterrei em Jeddah, foi de certa forma uma sensação estranha ver-me de repente de novo naquela terra, naquele aeroporto, ao qual tão cedo não pensava regressar.
When we finally landed in Jeddah for the second phase of the Hajj, it was a strange "déjà vu" feeling of being suddenly again in that land and that airport to which I thought I wouldn't return that soon.
Parqueámos mesmo ao lado do L-1011-500 XT-BRK, antigo CS-TEE na TAP, actualmente ao serviço da Kallat Elsaker. Foi a primeira vez que avistei este avião com as novas cores. Dois stands a seguir estava também o N194AT a voar para a Med-View Airlines, um repetente da primeira fase.
We parked side by side with the L-1011-500 registered XT-BRK, now in service with Kallat Elsaker. This aircraft was originally delivered to TAP with reg. nr. CS-TEE. It was the first time I saw it with that new livery. Two stands farther it was also parked the L-1011 N194AT flying for Med-View Airlines, repeating its presence after the first phase.
N194AT @ JED |
N194AT |
Dubrovnik 9A-CDE @ JED |
Alguns stands em Jeddah ainda contemplam marcas para o L-1011... Some stands in Jeddah still have parking marks for the L-1011... |
Em Jeddah, ficámos no mesmo hotel da primeira fase - o Radisson SAS na Madina Road. A minha tripulação começou a voar apenas dia 3 de Janeiro com uma rotação JED-KAD-JED. No fundo, mais do mesmo. Uns dias mais tarde avistei também em Jeddah o TL-ADW da Privilege Jet, outro L-1011 ex-TAP (CS-TED).
In Jeddah, we stayed in the same hotel - the Radisson SAS in Madina Road. My crew started flying only the 3rd of January with a rotation JED-KAD-JED. It was more of the same... A few days later I also spotted TD-ADW from Privilege Jet. This one is also an ex-TAP aircraft (by that time with reg nr CS-TED).
Nos voos de regresso a Jeddah, sempre sem passageiros e quando o sono o permitia, gostava de ficar a contemplar o "meu" L-1011, o grande CS-TMP. Fossem as belas asas, os poderosos reactores ou simplesmente a imensa cabine daquele avião que aprendi a gostar desde os meus tempos de infância...
The return flights to Jeddah, were always position flights without passengers on board. Whenever somnolence didn't beat me, I enjoyed contemplating "my" L-1011, the mighty CS-TMP. Whether it was those beautiful wings, those powerful engines or just that wide cabin, it was such a pleasure and a honor to fly as a professional on that airplane that I learned to love since my childhood...
In Jeddah, we stayed in the same hotel - the Radisson SAS in Madina Road. My crew started flying only the 3rd of January with a rotation JED-KAD-JED. It was more of the same... A few days later I also spotted TD-ADW from Privilege Jet. This one is also an ex-TAP aircraft (by that time with reg nr CS-TED).
TL-ADW @ JED (3 L-1011 ex-TAP no activo, lado a lado!) Three ex-TAP L-1011s side by side, still in flying condition |
The return flights to Jeddah, were always position flights without passengers on board. Whenever somnolence didn't beat me, I enjoyed contemplating "my" L-1011, the mighty CS-TMP. Whether it was those beautiful wings, those powerful engines or just that wide cabin, it was such a pleasure and a honor to fly as a professional on that airplane that I learned to love since my childhood...
Zona junto ao bordo de fuga das asas
Cabin zone near the trailing edge of the wings |
Os primeiros raios de luz do dia a invadirem o sossego da cabine They first rays of the day start to invade the empty cabin |
Outra perspectiva junto à porta R2
Another perspective near door R2 |
Cabine - zona B
Cabin - zone B |
E para melhor se perceber o sossego de uma cabine vazia em voo (e o quão silencioso é um L-1011 mesmo contando já com sua provecta idade) deixo aqui um video:
And for a better understanding of how quiet is an empty cabin during flight and how silent is the L-1011, even when you consider its age, let's see this video:
As aproximações a Jeddah apresentavam-nos este cenário:
Approaches to Jeddah would present us these type of landscapes:
E à chegada ao aeroporto podíamos sempre apreciar raridades como esta...
And arriving at the airport we could appreciate some rarities like this one...
Os voos da 2ª fase acabaram por ser muito mais complicados para as tripulações. A corrupção na Arábia Saudita proporcionava embarques intermináveis além de que os peregrinos traziam também jerrycans de 5L com água santa que não podiam ir nas bagageiras laterais pois ao verterem, podiam gerar curto-circuitos nas cablagens dos PSUs. Traziam ainda imensa bagagem e Alcorões sem fim. Prezo e admiro a devoção destas pessoas, mas nada me demove a ideia de que o Hajj (tal como o Natal) não passa de um grande negócio que dá dinheiro a muita gente.
The second phase flights were much more complicated for us. Bad planning and airport functioning in Jeddah led to very long boardings (seven hours was a standard...). Pilgrims also brought each one a 5L jerrycan with Zamzam water that could not go on the side overhead bids because any spillage could lead to short-circuits in the PSUs. They also brought a huge amount of cabin luggage, including several examples of Quran books. I admire the devotion of these people but I also think this is clearly a money business...
As mulheres que embarcavam sempre em primeiro lugar, estavam também mais reivindicativas. Todas queriam ir à janela... O embarque era sempre feito pela porta L2 e tínhamos de sentá-las no avião de trás para a frente, preenchendo fila a fila. O certo é que à medida que elas viam os lugares de janela a serem ocupados iam sentando-se logo nas filas mais à frente... Pediam-me repetidas vezes com um ar terno para irem à janela, mesmo após repetidas negas. E nesses instantes em que a pessoa que pedia o lugar, ficava a obstruir o corredor, entretanto já outras se sentavam ainda mais à frente. Não podia perder o controlo da situação e era sempre nessas alturas que me lembrava da conversa com um colega em que ele dizia "elas estão habituadas a ser maltradadas em casa, por isso temos é de gritar com elas". Então, ainda que com um certo remorso, enchia os pulmões de ar, fazia uma cara séria e gritava em bom som "TO THE BACK" apontando com as duas mãos para a traseira do avião. De facto era a única forma de elas, peregrinas, acatarem de imediato a ordem. Muitas não compreendiam inglês, mas o grito acompanhado de mímica era suficiente para perceberem que eu não podia aceder ao desejo de elas irem à janela.
In Jeddah, women boarded always in first place and this time they were more demanding: everybody wanted to go by the windows. There were no boarding cards, so it a was free seating situation. Pilgrims would enter through door L2 and we had to seat them from the last row to the front, row to row. But if they saw a window seat available more at the front they would try to occupy it. I could not lose control of the situation or the boarding would become a big chaos. In those situations, I always remembered a conversation with a colleague of mine telling me that they were used to have an authoritarian treatment from their husbands so I would put a serious face, fill my lungs with air and yell "TO THE BACK" pointing with my hands towards the rear of the airplane. And I must say it worked pretty well all of the times even though it was something that didn't please me to do.
Para o PNT (pessoal de cockpit) também acabou por ser uma operação complicada, pois tinham de controlar rigorosamente a bagagem que entrava nos porões. Por vontade do pessoal do handling, entrava tudo até não haver espaço. Mas a verdade é que que os sacos todos iguais, eram bastante pesados e o que o PNT optava era pesar por amostragem e fazer a média para determinar o número máximo de sacos a embarcar nos porões, isto sem contar com os jerrycans de água que entravam para a cabine. A verdade é que nunca o L-1011 se engasgou à descolagem. Algumas vezes comentava com colegas a facilidade com que o avião sempre subia mesmo estando bem carregado.
For the Flight Crews it was also a demanding operation because they had to control carefully the amount of baggage that was loaded into the holds. If it was up to the handling staff only, they would fill the holds until the doors couldn't close. The bags were all very similar in size and very heavy, so the pilots would require the random weighing of sample bags and calculate the average weight and the maximum number of bags that should be loaded. All of this without taking into account the litters of water the pilgrims carried in big jerrycans to the cabin. But our L-1011 never showed signs of weakness when taking off. Sometimes I would comment with my colleagues the easiness of climb of our airplane even with a full load.
Por outro lado, com os pax a embarcarem em Jeddah, era impossível levar combustível de ida e volta a partir de Jeddah, pelas tais limitações de peso. E os reabastecimentos em cidades como Kaduna, Minna e Kano na Nigéria eram também uma verdadeira aventura com contornos no mínimo caricatos.
With passengers being boarded in Jeddah, tankering fuel for the return flight was not an option because of weight limitations. This was a problem because refueling in Kaduna, Minna and Kano was truly an improbable adventure.
Quando se fala em Hajj/peregrinações a Meca, normalmente o que vem imediatamente à ideia das pessoas é a imagem dos peregrinos a fazerem as necessidades no seu lugar. Embora não seja tão frequente quanto se possa pensar, a verdade é que por vezes acontecia. Partilho duas situações que se passaram comigo.
Many Hajj stories are associated with the difficulty of the pilgrims using the aircraft facilities, I mean - the toilets. Although those type of problems didn't seem to happen that often (at least in my flights), I still have two situations to share that happened with me.
Num embarque (mais um daqueles demorados), uma das intérpretes veio ter connosco à galley posterior pedir para que uma peregrina fosse ao lavabo pois dizia ela "she has defecated in the seat". A nossa única reacção possível era mesmo abanar positivamente a cabeça em sinal de "of course"... Quando a peregrina saiu do lavabo, fui verificar o estado em que tinha ficado - pintado de castanho de alto a baixo... Decidi bloqueá-lo até final do voo. Acontece que os bloqueios já estão um bocado gastos ou já não é fácil colocá-los até ao final do curso na posição OCCUPIED. E mesmo estando visível a indicação OCCUPIED, é possível abrir um ou outro por fora se se fizer mais força. Foi isso que aconteceu com um homem peregrino que quis ir ao lavabo. Ainda tentei avisá-lo para não entrar, mas ele fê-lo rapidamente. Dei-lhe 3 segundos para sair... O facto é que ficou lá dentro largos minutos. Quando saiu, qual não foi o meu espanto quando verifiquei que tinha limpo o lavabo por completo!
During one boarding (those loooong boardings of seven hours), one of the translators went to the aft galley asking us permission for a female pilgrim to use one of the toilets because "she has defecated in the seat". Of course our only reaction was to immediately allow the use of it. We didn't prevent anyone from using the toilets - that would be insane during those prolonged boardings. When the pilgrim abandoned the toilet (after more than 10 minutes inside) I went to check its condition and it was not with surprise that I found a whole abstract paint of brown all over the inside walls and the mirror. It was such a mess that I decided to lock that toilet, informing the Purser that even before take-off, one toilet was already out of service. But because the latches were really worn out, even if the flag showed OCCUPIED, it was easy to open the door just by rotating the handle and using some force to pull the door. And that happened with a pilgrim who didn't care about the OCCUPIED flag (or didn't understand it) and got inside that toilet. I tried to advise him but he was so fast that he didn't listen to me. I thought he would stay a maximum of three seconds inside but he spent some ten minutes there. When he left the toilet, I was shocked (well, positively) that he actually cleaned all that mess! I called the Purser again saying "Disregard last information, all five rear toilets available for the flight"!
A outra situação é bem mais simples de contar. Apenas uma senhora que decidiu urinar mesmo em frente à porta R3, junto à antepara dos lavabos posteriores e em frente ao meu jumpseat. A única solução para eliminar o cheiro foi mesmo deitar largas quantidades de café solúvel em cima da poça, o que diga-se a bem da verdade, tem um efeito bastante eficaz.
The other story is a simple one. Just a lady that decided to pee in front of door R3, in the corner between the first right hand toilet and the fuselage. Because I wasn't there, a colleague told me in a funny way that my jumpseat area was contaminated but that she already poured coffee powder over it (and I must admit that this is a very effective solution).
Durante os voos do Hajj, tive a oportunidade de verificar alguma dificuldade por parte deste povo relativamente à utilização dos lavabos. Era nosso procedimento tentar fazer um mini-briefing a cada peregrino que fosse ao lavabo, indicando o flush, a água da torneira, localização do papel higiénico. Mas, especialmente com as mulheres, era particularmente difícil porque elas mal entravam começavam a puxar imediatamente as calças para baixo. Nessas alturas encostava imediatamente a porta. Ou então elas próprias entravam e nem fechavam a porta. Era impossível não observar que a abordagem à sanita era sempre feita de frente para a mesma...
Nesta 2ª fase, optámos por fechar as water shut off valves dos lavabos (torneiras de segurança) para evitar inundações com os banhos. Era curioso constatar que peregrinos que nos perguntavam onde eram os lavabos com a frase "I want to piss", mal entravam nos mesmos e reparavam que não havia água vinham imediatamente reclamar connosco e desistiam de utilizar o lavabo pois a sua verdadeira intenção não era de facto aliviar a bexiga.
During the Hajj flights, I noticed that many pilgrims didn't how to use the toilets. So whenever it was possible, we tried to give them a briefing before using the lavatories pointing the flush button, the tap water and the toilet paper. But this was a hard task, specially with the women because they started to immediately undress themselves as fast as they got inside and they didn't even care if the door was opened or closed. When this happened, the only thing to do was to close the door for them... Several times I noticed that many of them would pee seating towards the back of the toilet, contrary to what we are used to.
In this second phase of the Hajj we opted to close the water shut off valves to avoid flooding in the lavatories. And it was funny to see that many pilgrims would ask us where were the toilets because they wanted "to piss" and as soon as they noticed there was no water, they would give up from anything. In fact, most of them just wanted to take their "mandatory baths".
Como curiosidade, aqui fica a tentativa de um colega em tentar ilustrar a correcta utilização dos lavabos!
As a curiosity, here is the attempt to educate the pilgrims on how to seat properly on the toilet seat!
A maioria dos peregrinos, era notório que vinha com a saúde afectada depois da estadia prolongada em Jeddah, sabe-se lá em que condições. Era terrivelmente assustador para nós tripulantes estarmos dentro de uma cabine com 300 pessoas a tossir sem fim. Ainda houve um voo em que usei máscara, mas o certo é que achava a mesma incómoda e de certa forma desumana para com os peregrinos.
Perante notícias de um surto de meningite na Nigéria, a companhia - responsável com os seus tripulantes - decidiu pagar a todos nós a vacina a contra a mesma.
Most of the pilgrims returned with their health seriously affected after a long stay in Saudi Arabia, in conditions that we don't know. It was scary for us being inside a cabin with about 300 people coughing at the same time. We were allowed to used protective masks but I did it only once - it's not that practical and it was not elegant for the pilgrims.
With the news of a meningitis outbreak in Nigeria, our airline decided to pay all its crew members the vaccine against it.
De seguida, apresento algumas imagens da chegada e desembarque em Minna.
Below, I'm showing some photos of one of our arrivals and disembark at Minna.
Mesmo tendo voado menos do que na primeira fase, por termos sido 4 tripulações a voar em vez de apenas 3, o certo é que senti-me muito mais cansado nesta segunda fase do que na primeira. Por outro lado, Jeddah é uma cidade desinteressante para se visitar e a preferência da maioria dos colegas era ficarem dentro dos infindáveis centros comerciais e fazer compras. O lanche era a pita de frango da praxe no Corniche da cidade e as refeições sempre no hotel.
Even if I logged fewer hours in this second phase (we were four crews instead of just three of the first phase), I felt a lot more tired during this period. And Jeddah, after knowing it very well, is not that interesting with the majority of my colleagues spending their days inside the malls. The main meals were always at the hotel and the afternoon snack (chicken pita sandwich) at the Corniche zone.
Os bons momentos em Jeddah resumiram-se quando eu e uma colega (um grande beijinho Andreia!) decidimos afastarmo-nos da tendência geral e fomos ver os mercados de rua nos quais os traços culturais do povo saudita se tornam bem mais interessantes. Pelo meio, acabámos por encontrar um monumento com dois canhões e a legenda em inglês de que os mesmos foram utilizados para combater os portugueses há 500 anos atrás! Impressionante como estivémos em todo o lado! Não tenho fotografias dos canhões pois não esperava o desvio à rotina habitual e fotografar centros comerciais não é propriamente um fascínio meu... Mas deixo aqui umas do meu amigo Francisco que também andou por lá ao serviço de outra companhia portuguesa :)
However, I had good moments in Jeddah. Particularly when me and a colleague decided to leave the malls routine and see the typical markets and have a more cultural walk through the streets of Jeddah. We even found a monument with two canons with a legend stating that they were used to fight the Portuguese 500 years ago! It's amazing the fact that we reached so many places in the world during the Portuguese Discoveries era. I don't have any photos of it because I didn't expect to do something different that day.
No hotel também não havia muito para fazer. Obviamente nem piscina tínhamos, tantos eram os pudores dos sauditas... A televisão também não era grande opção.
Inside the hotel there was not much to do... We didn't have a pool (and perhaps the use of such a facility by our girls would be troublesome). The TV channels were also uninteresting.
Outro aspecto curioso nos quartos do hotel eram estas marcas nos vãos das janelas, para termos sempre a informação em que direcção devemos rezar...
On the window frame of my room I had this curious detail pointing to the right direction to where I should pray...
Contudo, ainda houve dois dias em que tivémos oportunidade de frequentar umas praias privadas e de finalmente dar o ansiado mergulho no Mar Vermelho! Foram dois dias diferentes e que souberam muito bem e que proporcionaram também a "libertação" das nossas colegas que puderam andar em biquini, largando por algumas horas o incómodo das abayas.
Despite the daily routine in Jeddah, we went a couple of days to a private beach where we could dive in the Red Sea! Those were pleasurable days and a place where the girls of our crews were allowed to strip down to their swimsuits, leaving for moments the uncomfortable abayas (of mandatory use in public places).
Após uma semana de acontecimentos rocambolescos (uma história para quem sabe, um dia mais tarde contar), em tudo alheios à Luzair e que acabaram por atrasar o nosso regresso a Portugal, voltámos finalmente pela Lufthansa via Frankfurt, enquanto uma tripulação de cockpit levou o L-1011 directamente para Amman para realizar uma A-check e uma limpeza geral ao avião.
After some strange happenings that delayed our return to Portugal for one week, we were finally allowed to take a Lufthansa flight to Lisboa via Frankfurt. A few days earlier we were supposed to take a Swiss flight but everything aborted and we had to wait without knowing a precise date when that would happen. One set of the flight crews, instead of coming with us, flew our L-1011 to Amman for an upcoming A-check and cleaning of the aircraft.
Pelo facto de termos entrado na Arábia Saudita enquanto tripulantes, teríamos de manter a mesma condição à saída. Assim, fomos todos fardadinhos a bordo da Lufthansa como que a dizer aos nossos colegas da forma mais evidente "hello, here we are just in case you need nice ABP's or PSP's". Voo de 6 horas bastante tranquilo, a bordo de um confortável Airbus A330-300 (D-AIKB) até Frankfurt, embora com um serviço de bordo algo pobre. Durante o voo, dei dois dedos de conversa a uma colega da Lufthansa que acabou por ser bastante simpática comigo oferecendo-me quase tudo o que havia para oferecer: desde um lugar em executiva, um baralho de cartas, canetas da companhia e uma taça de champagne que tive de educadamente recusar por estar fardado e ainda por cima com o meu chefe também a bordo!
Because we entered in Saudi Arabia as crew members, we would have to leave the country with the same condition. So, instead of a casual outfit, we boarded the Lufthansa A330-300 (D-AIKB) with our Luzair uniforms, although technically we were just passengers (of course). It was a smooth 6-hour flight until Frankfurt.
During the flight I talked to a very kind Lufthansa colleague that wanted to offer me everything she had available: playing cards, games, pens and a champagne flute which I had to refuse do to the fact I was in my uniform and with my Crew Manager also on board.
No percurso FRA-LIS, embarcámos um A321-100 também da LH e tivémos direito à seguinte refeição em económica (especialmente para quem as aprecia ver, a avaliar pela existência de sites dedicados a refeições a bordo):
On the FRA-LIS leg, we flew this time on a Lufthansa A321-100 and we were served the following cold breakfast meal:
Concluindo e baralhando, apesar do cansaço físico e psicológico extra nesta segunda fase, a minha participação no Hajj foi algo que me marcou de forma positiva.
Já em Lisboa, numa loja dedicada à aviação, pus-me a folhear uma revista internacional com um artigo dedicado ao Hajj e encontrei fotografias de desembarques de peregrinos no CS-TMP da Luzair, em JED. E assolou-me imediatamente um arrepio involuntário na pele e um sentimento enorme de orgulho.
As a final statement, and despite this was a very demanding operation, in both physical and psychological terms, I enjoyed it very much in a positive way and I'm quite sure I will never forget this amazing experience.
A few days later, in a press store, I was leafing through an international magazine which had an article dedicated to the Hajj, when I suddenly saw a couple of photos of our airplane in Jeddah, took during a disembark. And suddenly some goose bumps hit me all over my arms' skin, at the same time I felt very proud.
And for a better understanding of how quiet is an empty cabin during flight and how silent is the L-1011, even when you consider its age, let's see this video:
Approaches to Jeddah would present us these type of landscapes:
And arriving at the airport we could appreciate some rarities like this one...
TU-154 @ JED |
The second phase flights were much more complicated for us. Bad planning and airport functioning in Jeddah led to very long boardings (seven hours was a standard...). Pilgrims also brought each one a 5L jerrycan with Zamzam water that could not go on the side overhead bids because any spillage could lead to short-circuits in the PSUs. They also brought a huge amount of cabin luggage, including several examples of Quran books. I admire the devotion of these people but I also think this is clearly a money business...
As mulheres que embarcavam sempre em primeiro lugar, estavam também mais reivindicativas. Todas queriam ir à janela... O embarque era sempre feito pela porta L2 e tínhamos de sentá-las no avião de trás para a frente, preenchendo fila a fila. O certo é que à medida que elas viam os lugares de janela a serem ocupados iam sentando-se logo nas filas mais à frente... Pediam-me repetidas vezes com um ar terno para irem à janela, mesmo após repetidas negas. E nesses instantes em que a pessoa que pedia o lugar, ficava a obstruir o corredor, entretanto já outras se sentavam ainda mais à frente. Não podia perder o controlo da situação e era sempre nessas alturas que me lembrava da conversa com um colega em que ele dizia "elas estão habituadas a ser maltradadas em casa, por isso temos é de gritar com elas". Então, ainda que com um certo remorso, enchia os pulmões de ar, fazia uma cara séria e gritava em bom som "TO THE BACK" apontando com as duas mãos para a traseira do avião. De facto era a única forma de elas, peregrinas, acatarem de imediato a ordem. Muitas não compreendiam inglês, mas o grito acompanhado de mímica era suficiente para perceberem que eu não podia aceder ao desejo de elas irem à janela.
In Jeddah, women boarded always in first place and this time they were more demanding: everybody wanted to go by the windows. There were no boarding cards, so it a was free seating situation. Pilgrims would enter through door L2 and we had to seat them from the last row to the front, row to row. But if they saw a window seat available more at the front they would try to occupy it. I could not lose control of the situation or the boarding would become a big chaos. In those situations, I always remembered a conversation with a colleague of mine telling me that they were used to have an authoritarian treatment from their husbands so I would put a serious face, fill my lungs with air and yell "TO THE BACK" pointing with my hands towards the rear of the airplane. And I must say it worked pretty well all of the times even though it was something that didn't please me to do.
Para o PNT (pessoal de cockpit) também acabou por ser uma operação complicada, pois tinham de controlar rigorosamente a bagagem que entrava nos porões. Por vontade do pessoal do handling, entrava tudo até não haver espaço. Mas a verdade é que que os sacos todos iguais, eram bastante pesados e o que o PNT optava era pesar por amostragem e fazer a média para determinar o número máximo de sacos a embarcar nos porões, isto sem contar com os jerrycans de água que entravam para a cabine. A verdade é que nunca o L-1011 se engasgou à descolagem. Algumas vezes comentava com colegas a facilidade com que o avião sempre subia mesmo estando bem carregado.
For the Flight Crews it was also a demanding operation because they had to control carefully the amount of baggage that was loaded into the holds. If it was up to the handling staff only, they would fill the holds until the doors couldn't close. The bags were all very similar in size and very heavy, so the pilots would require the random weighing of sample bags and calculate the average weight and the maximum number of bags that should be loaded. All of this without taking into account the litters of water the pilgrims carried in big jerrycans to the cabin. But our L-1011 never showed signs of weakness when taking off. Sometimes I would comment with my colleagues the easiness of climb of our airplane even with a full load.
Por outro lado, com os pax a embarcarem em Jeddah, era impossível levar combustível de ida e volta a partir de Jeddah, pelas tais limitações de peso. E os reabastecimentos em cidades como Kaduna, Minna e Kano na Nigéria eram também uma verdadeira aventura com contornos no mínimo caricatos.
With passengers being boarded in Jeddah, tankering fuel for the return flight was not an option because of weight limitations. This was a problem because refueling in Kaduna, Minna and Kano was truly an improbable adventure.
Quando se fala em Hajj/peregrinações a Meca, normalmente o que vem imediatamente à ideia das pessoas é a imagem dos peregrinos a fazerem as necessidades no seu lugar. Embora não seja tão frequente quanto se possa pensar, a verdade é que por vezes acontecia. Partilho duas situações que se passaram comigo.
Many Hajj stories are associated with the difficulty of the pilgrims using the aircraft facilities, I mean - the toilets. Although those type of problems didn't seem to happen that often (at least in my flights), I still have two situations to share that happened with me.
Num embarque (mais um daqueles demorados), uma das intérpretes veio ter connosco à galley posterior pedir para que uma peregrina fosse ao lavabo pois dizia ela "she has defecated in the seat". A nossa única reacção possível era mesmo abanar positivamente a cabeça em sinal de "of course"... Quando a peregrina saiu do lavabo, fui verificar o estado em que tinha ficado - pintado de castanho de alto a baixo... Decidi bloqueá-lo até final do voo. Acontece que os bloqueios já estão um bocado gastos ou já não é fácil colocá-los até ao final do curso na posição OCCUPIED. E mesmo estando visível a indicação OCCUPIED, é possível abrir um ou outro por fora se se fizer mais força. Foi isso que aconteceu com um homem peregrino que quis ir ao lavabo. Ainda tentei avisá-lo para não entrar, mas ele fê-lo rapidamente. Dei-lhe 3 segundos para sair... O facto é que ficou lá dentro largos minutos. Quando saiu, qual não foi o meu espanto quando verifiquei que tinha limpo o lavabo por completo!
During one boarding (those loooong boardings of seven hours), one of the translators went to the aft galley asking us permission for a female pilgrim to use one of the toilets because "she has defecated in the seat". Of course our only reaction was to immediately allow the use of it. We didn't prevent anyone from using the toilets - that would be insane during those prolonged boardings. When the pilgrim abandoned the toilet (after more than 10 minutes inside) I went to check its condition and it was not with surprise that I found a whole abstract paint of brown all over the inside walls and the mirror. It was such a mess that I decided to lock that toilet, informing the Purser that even before take-off, one toilet was already out of service. But because the latches were really worn out, even if the flag showed OCCUPIED, it was easy to open the door just by rotating the handle and using some force to pull the door. And that happened with a pilgrim who didn't care about the OCCUPIED flag (or didn't understand it) and got inside that toilet. I tried to advise him but he was so fast that he didn't listen to me. I thought he would stay a maximum of three seconds inside but he spent some ten minutes there. When he left the toilet, I was shocked (well, positively) that he actually cleaned all that mess! I called the Purser again saying "Disregard last information, all five rear toilets available for the flight"!
A outra situação é bem mais simples de contar. Apenas uma senhora que decidiu urinar mesmo em frente à porta R3, junto à antepara dos lavabos posteriores e em frente ao meu jumpseat. A única solução para eliminar o cheiro foi mesmo deitar largas quantidades de café solúvel em cima da poça, o que diga-se a bem da verdade, tem um efeito bastante eficaz.
The other story is a simple one. Just a lady that decided to pee in front of door R3, in the corner between the first right hand toilet and the fuselage. Because I wasn't there, a colleague told me in a funny way that my jumpseat area was contaminated but that she already poured coffee powder over it (and I must admit that this is a very effective solution).
Durante os voos do Hajj, tive a oportunidade de verificar alguma dificuldade por parte deste povo relativamente à utilização dos lavabos. Era nosso procedimento tentar fazer um mini-briefing a cada peregrino que fosse ao lavabo, indicando o flush, a água da torneira, localização do papel higiénico. Mas, especialmente com as mulheres, era particularmente difícil porque elas mal entravam começavam a puxar imediatamente as calças para baixo. Nessas alturas encostava imediatamente a porta. Ou então elas próprias entravam e nem fechavam a porta. Era impossível não observar que a abordagem à sanita era sempre feita de frente para a mesma...
Nesta 2ª fase, optámos por fechar as water shut off valves dos lavabos (torneiras de segurança) para evitar inundações com os banhos. Era curioso constatar que peregrinos que nos perguntavam onde eram os lavabos com a frase "I want to piss", mal entravam nos mesmos e reparavam que não havia água vinham imediatamente reclamar connosco e desistiam de utilizar o lavabo pois a sua verdadeira intenção não era de facto aliviar a bexiga.
During the Hajj flights, I noticed that many pilgrims didn't how to use the toilets. So whenever it was possible, we tried to give them a briefing before using the lavatories pointing the flush button, the tap water and the toilet paper. But this was a hard task, specially with the women because they started to immediately undress themselves as fast as they got inside and they didn't even care if the door was opened or closed. When this happened, the only thing to do was to close the door for them... Several times I noticed that many of them would pee seating towards the back of the toilet, contrary to what we are used to.
In this second phase of the Hajj we opted to close the water shut off valves to avoid flooding in the lavatories. And it was funny to see that many pilgrims would ask us where were the toilets because they wanted "to piss" and as soon as they noticed there was no water, they would give up from anything. In fact, most of them just wanted to take their "mandatory baths".
Como curiosidade, aqui fica a tentativa de um colega em tentar ilustrar a correcta utilização dos lavabos!
As a curiosity, here is the attempt to educate the pilgrims on how to seat properly on the toilet seat!
Perante notícias de um surto de meningite na Nigéria, a companhia - responsável com os seus tripulantes - decidiu pagar a todos nós a vacina a contra a mesma.
Most of the pilgrims returned with their health seriously affected after a long stay in Saudi Arabia, in conditions that we don't know. It was scary for us being inside a cabin with about 300 people coughing at the same time. We were allowed to used protective masks but I did it only once - it's not that practical and it was not elegant for the pilgrims.
With the news of a meningitis outbreak in Nigeria, our airline decided to pay all its crew members the vaccine against it.
De seguida, apresento algumas imagens da chegada e desembarque em Minna.
Below, I'm showing some photos of one of our arrivals and disembark at Minna.
Antes do Hajj nunca tinha ouvido falar em Minna. Mas eles já sabiam quem era o Deco! Before the Hajj I never heard of Minna. But this local is wearing a football shirt of our National Team! |
Descarregando - método no mínimo curioso...
Unloading the holds - curious method...
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Even if I logged fewer hours in this second phase (we were four crews instead of just three of the first phase), I felt a lot more tired during this period. And Jeddah, after knowing it very well, is not that interesting with the majority of my colleagues spending their days inside the malls. The main meals were always at the hotel and the afternoon snack (chicken pita sandwich) at the Corniche zone.
Os bons momentos em Jeddah resumiram-se quando eu e uma colega (um grande beijinho Andreia!) decidimos afastarmo-nos da tendência geral e fomos ver os mercados de rua nos quais os traços culturais do povo saudita se tornam bem mais interessantes. Pelo meio, acabámos por encontrar um monumento com dois canhões e a legenda em inglês de que os mesmos foram utilizados para combater os portugueses há 500 anos atrás! Impressionante como estivémos em todo o lado! Não tenho fotografias dos canhões pois não esperava o desvio à rotina habitual e fotografar centros comerciais não é propriamente um fascínio meu... Mas deixo aqui umas do meu amigo Francisco que também andou por lá ao serviço de outra companhia portuguesa :)
However, I had good moments in Jeddah. Particularly when me and a colleague decided to leave the malls routine and see the typical markets and have a more cultural walk through the streets of Jeddah. We even found a monument with two canons with a legend stating that they were used to fight the Portuguese 500 years ago! It's amazing the fact that we reached so many places in the world during the Portuguese Discoveries era. I don't have any photos of it because I didn't expect to do something different that day.
No hotel também não havia muito para fazer. Obviamente nem piscina tínhamos, tantos eram os pudores dos sauditas... A televisão também não era grande opção.
Inside the hotel there was not much to do... We didn't have a pool (and perhaps the use of such a facility by our girls would be troublesome). The TV channels were also uninteresting.
Outro aspecto curioso nos quartos do hotel eram estas marcas nos vãos das janelas, para termos sempre a informação em que direcção devemos rezar...
On the window frame of my room I had this curious detail pointing to the right direction to where I should pray...
Despite the daily routine in Jeddah, we went a couple of days to a private beach where we could dive in the Red Sea! Those were pleasurable days and a place where the girls of our crews were allowed to strip down to their swimsuits, leaving for moments the uncomfortable abayas (of mandatory use in public places).
Após uma semana de acontecimentos rocambolescos (uma história para quem sabe, um dia mais tarde contar), em tudo alheios à Luzair e que acabaram por atrasar o nosso regresso a Portugal, voltámos finalmente pela Lufthansa via Frankfurt, enquanto uma tripulação de cockpit levou o L-1011 directamente para Amman para realizar uma A-check e uma limpeza geral ao avião.
After some strange happenings that delayed our return to Portugal for one week, we were finally allowed to take a Lufthansa flight to Lisboa via Frankfurt. A few days earlier we were supposed to take a Swiss flight but everything aborted and we had to wait without knowing a precise date when that would happen. One set of the flight crews, instead of coming with us, flew our L-1011 to Amman for an upcoming A-check and cleaning of the aircraft.
Pelo facto de termos entrado na Arábia Saudita enquanto tripulantes, teríamos de manter a mesma condição à saída. Assim, fomos todos fardadinhos a bordo da Lufthansa como que a dizer aos nossos colegas da forma mais evidente "hello, here we are just in case you need nice ABP's or PSP's". Voo de 6 horas bastante tranquilo, a bordo de um confortável Airbus A330-300 (D-AIKB) até Frankfurt, embora com um serviço de bordo algo pobre. Durante o voo, dei dois dedos de conversa a uma colega da Lufthansa que acabou por ser bastante simpática comigo oferecendo-me quase tudo o que havia para oferecer: desde um lugar em executiva, um baralho de cartas, canetas da companhia e uma taça de champagne que tive de educadamente recusar por estar fardado e ainda por cima com o meu chefe também a bordo!
Because we entered in Saudi Arabia as crew members, we would have to leave the country with the same condition. So, instead of a casual outfit, we boarded the Lufthansa A330-300 (D-AIKB) with our Luzair uniforms, although technically we were just passengers (of course). It was a smooth 6-hour flight until Frankfurt.
During the flight I talked to a very kind Lufthansa colleague that wanted to offer me everything she had available: playing cards, games, pens and a champagne flute which I had to refuse do to the fact I was in my uniform and with my Crew Manager also on board.
Frankfurt Main |
On the FRA-LIS leg, we flew this time on a Lufthansa A321-100 and we were served the following cold breakfast meal:
Lufthansa pequeno-almoço | breakfast |
Já em Lisboa, numa loja dedicada à aviação, pus-me a folhear uma revista internacional com um artigo dedicado ao Hajj e encontrei fotografias de desembarques de peregrinos no CS-TMP da Luzair, em JED. E assolou-me imediatamente um arrepio involuntário na pele e um sentimento enorme de orgulho.
As a final statement, and despite this was a very demanding operation, in both physical and psychological terms, I enjoyed it very much in a positive way and I'm quite sure I will never forget this amazing experience.
A few days later, in a press store, I was leafing through an international magazine which had an article dedicated to the Hajj, when I suddenly saw a couple of photos of our airplane in Jeddah, took during a disembark. And suddenly some goose bumps hit me all over my arms' skin, at the same time I felt very proud.
6 comments:
Só fiquei desiludida numa coisa... a Air france não voa para Jeddah.
Pipa
Como teu colega das duas fases do Hajj 2007 nao posso deixar de dizer que ler as linhas que escreveste me deixa com um sorriso na cara. Agora os nossos voos sao outros e aventuras como o Hajj, tao depressa nao voltaremos a viver.
Um grande abraco deste teu colega de curso.
Metzener
Grande experiência de vida! Agora é diferente, vês tectos de aeroportos, tens splits e vais ter um PPS que é PAD amanha no LIS-CPH. LOL!
tu sobreviveste ao hajj 07/08 e eu a epoca de exames do ist 07/08 xD LOOL!
bom report. gostei da refeiçao da LH (e porra, tanto l1011 em jeddah!)
Olá, em breve vou fazer uns voos para Hajj apartir dos Camarões pela primeira vez. Gostaria de saber quais foram as maiores difilculdades que tives-te nesta operação e que conselhos podes dar?
Para quem vai de espírito aberto para uma operação deste tipo, penso que acabará sempre por gostar, mesmo apesar do cansaço induzido e das situações menos agradáveis que costumam acontecer :)
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